Dependência Comportamental
O Forte desejo por um comportamento prejudicial
A dependência comportamental á semelhança da dependência de substâncias é cada vez mais encarada como um distúrbio passível de ser tratado.
O forte desejo por um comportamento, mesmo que prejudicial, consumível ou comestível: como o jogo, a comida; a compra compulsiva; a mentira ou roubo, podem ser considerados distúrbios do controlo do impulso ou afetações no sistema de prazer e recompensa.
Á semelhança do tratamento da adição a substâncias é importante que o utente reconheça que tem um problema, que pode interromper.
A forma como o cérebro gere o prazer -recompensa tem de ser suficiente, e não destrutiva: pessoal ou socialmente como a perca de emprego; insucesso escolar; desgoverno financeiro; atividades ilícitas, entre outras.
-Um jogador
“Ao princípio jogar era um ato de diversão, era uma forma de entretenimento, e estar como sempre na ação. Depois passou a ser um problema, a minha vida descontrolou-se: perdi o meu dinheiro; o meu trabalho; a minha confiança e a minha família. Porém há ajuda: tratamento e recursos disponíveis para jogadores com problemas e suas famílias.”
Na maioria das vezes, os jogadores têm dificuldade em procurar ajuda, é difícil admitir que se tem um problema, tem-se vergonha de ficar vulnerável e mostrar isso, outras vezes sentem que ninguém os vai compreender.
Fenómeno atual, o JOGO PATOLÓGICO é hoje preocupação crescente das sociedades, correndo-se o risco de se tornar um problema de saúde pública. As consequências a nível económico, profissional, social, familiar e cultural e claro pessoal são inúmeras.
O típico jogador patológico tem de facto competências ótimas. No entanto tem uma rede de crenças e distorções cognitivas: uma impulsividade; uma forma incapaz e danosa de gerir sentimentos, que o arrasta para comportamentos destrutivos do próprio e todos á sua volta.
Exige-se um saber próprio no conjugar de fatores terapêuticos e aplicá-los aquela pessoa “própria e específica”. Existem terapeutas com competências especializadas, capazes de ajudar as pessoas aditas ao jogo. O jogo patológico interfere em todas as áreas da vida e situações do dia a dia.
A ansiedade, a depressão, as alterações de estado de humor, a dificuldade nos relacionamentos, os pensamentos suicidas são sintomas de adição que carecem de tratamento especializado.
A realidade de hoje abarca uma série de questões muitas das vezes de difícil resolução, os homens envolvem-se em atividades ou comportamentos que inicialmente serviam apenas para se evadirem da pressão diária, acabando por ficar enredados numa espiral progressiva de autodestruição.
No que concerne a consumos de substâncias alteradoras o desgaste torna-se por demais evidente, no entanto, hoje o envolvimento aditivo passa por outras situações muitas das vezes mais dramáticas do que o consumo de álcool ou de substâncias ilícitas.
Assim, sob pena, de um modelo tão repetitivo e estereotipado, como o dos doentes adictos, cabe aos técnicos a preocupação de evoluir nas suas competências de resposta e alargar âmbitos do enfoque do trabalho terapêutico a patologias hoje transversais a várias franjas sociais, que resultam da época de revolução financeira.
Assente no mito cultural de ultrapassar as condições de vida dos progenitores e na base do binómio do Grande Homem Ser = Ter. O Homem do século XXI na tentativa de aceder ao nível de vida que deseja, desejo que embora legítimo pode não ser realizável tão rapidamente como pretendido, sobre endivida-se.
O SOBREENDIVIDAMENTO atinge já um nível considerável de famílias, com repercussões colaterais na própria família, saúde e relações sociais. Não resulta de um capricho ou de influência de publicidade na maioria dos casos, mas da incapacidade de orientação e prática de soluções alternativas.
Face ás dificuldades financeiras reconhece-se a adoção de políticas de “avestruz”, vivendo-se um clima de depressão, isolamento e vergonha.
Urge intervir na mudança comportamental de que os indivíduos carecem de forma clínica, humana e pragmática.
Foque de interesse para um olhar técnico é também a PATOLOGIA DA COMPRA, que afeta um número crescente de pessoas, especialmente senhoras. Resulta de um desequilíbrio psicológico, em que se é possuído por uma vontade irreprimível de comprar, semelhante á necessidade de consumir álcool ou drogas. Conduta que empurra para um desastre financeiro com danos na família e desordens emocionais.
Numa sociedade marcada pela pressão de marketing e da publicidade (nomeadamente de publicidade de créditos) o nosso cérebro recebe diariamente mais de mil “mensagens” publicitárias, oriundas de todos os lados e meios. Muitas dessas entram-nos de forma subconsciente quase subliminarmente.
A informação a respeito de instrumentos de crédito não tem crescido na mesma proporção do interesse da população por eles, carecendo de bases preventivas de orientação.
O CRÉDITO perde o estatuto de ferramenta de realização de projetos impulsionadores de crescimento pessoal e profissional e transforma-se em armadilha da qual é difícil sair ileso.
Por tudo isto exige-se que os técnicos de saúde aditiva intervenham de forma preventiva e terapêutica junto de Instituições, Famílias e Homens, sob pena de cumplicidade social. Escolham o caminho do esclarecimento, ajuda e tratamento, por forma que as novas patologias de dependência não se tornem realidade tolerada.
A dependência de sexo ou adição sexual, é um termo usado para descrever um comportamento sexual compulsivo e prejudicial.
As características da dependência do sexo podem incluir um comportamento sexual compulsivo:
- A pessoa envolve-se em atividades sexuais de forma repetitiva e descontrolada, consumindo uma quantidade significativa de tempo;
- Falta de Controlo – A pessoa sente dificuldade em controlar os seus impulsos sexuais mesmo reconhecendo os seus prejuízos;
- A dependência do sexo pode afetar negativamente o trabalho, os relacionamentos, e a saúde física e mental
- Busca constante por sexo – a busca frequente por parceiros sexuais, visitas a sites pornográficos, e envolvimentos em práticas sexuais arriscadas;
- Conflitos interpessoais – busca constante de gratificação sexual, traições ou de outras formas de comportamentos sexuais destrutivos;
- Sentimentos de culpa e vergonha – frequentemente experimenta-se sentimentos intensos de culpa, de vergonha e de autoaversão.
É importante distinguir entre a dependência de sexo e a expressão saudável da sexualidade.
A sexualidade é uma parte saudável da vida e das relações humanas. Enquanto a dependência de sexo é um padrão de comportamento sexual compulsivo e prejudicial.
A dependência de sexo e o vicio em pornografia são conceitos relacionados, mas distintos. De notar, a sua maior diferença incidir no isolamento, já que a pessoa que prefere consumir pornografia abdica de interação social.
Com a ajuda profissional, a recuperação da dependência torna-se possível.
A ajuda profissional, consiste num leque de terapias variadas, desde terapias individuais; de grupo para que haja identificação com os pares; holística que permita a recuperação espiritual (entendendo claro a adição como doença bio-psíquico-social).
E a interação promovida pelas relações grupais.
Por vezes a dependência ao sexo tal como as demais dependências, provoca comorbilidades psíquicas, como a depressão em que a medicação pode ser necessária.
hoje é o dia de dar o primeiro passo
Outros Tratamentos
Duplo Diagnóstico
“Metade dos casos em dependência química também tem diagnóstico psiquiátrico. É muito comum que pacientes psiquiátricos sejam também dependentes de drogas a abordagem de ambos os diagnósticos é fundamental para a melhora do paciente”
Dependência
Muito se tem pensado, escrito e dito sobre o fenómeno do consumo de substâncias psicoativas em geral, e, mais genericamente, sobre o “fenómeno das dependências.” Raro é o dia, em que nos media não temos notícias sobre este fenómeno.